Hoje falaremos de dez nomes que surgiram na década de 2010, alguns muito conhecidos como Brittany Howard do Alabama Shakes, outros nem tanto como Madame So. Também temos algumas revelações da última década como a carismática AJ Haynes do Seratones e as irmãs gêmeas Bay Li e Kaya Nico da banda Skins.
Estamos no oitavo post do especial e de lá pra cá conhecemos a história de mulheres negras que foram pioneiras no rock, mesmo tendo o seu esforço esquecido e apagado. Começamos nos anos 1930 com Sister Rosetta e seguimos ao longo das décadas com o trabalho de várias mulheres negras que deixaram a sua contribuição, como Tina Turner, Odetta, Betty Davis, Joyce Kennedy, Poly Styrene, Grace Jones, Skin e Lisa Fischer. Na virada do milênio o gênero se renovou e com o século XXI vieram nomes como Tamar-kali, Kimya Dawson e Alexis Brown. Mas por quê então não temos mais mulheres negras fazendo rock na última década?
O rock é um gênero que foi gestado pelo povo negro, mas que deixou de nos pertencer quando as audiências brancas se interessaram por ele e proclamaram Elvis como o “Rei do Rock”. Fazer rock passou a ser coisa de branco e os músicos negros se afastaram do gênero. Por várias décadas existiram artistas negros que faziam rock, mas que não recebiam o mesmo destaque, e se isso afetou os homens negros do meio musical imagine então como foi com as mulheres.
Mas a resposta para a pergunta acima é: existem sim várias mulheres negras que fazem rock e resistem com o seu trabalho. São dezenas de bandas lideradas por vocalistas negras, guitarristas, baixistas e etc. É claro que é um número pequeno se comparado com as milhares de bandas formadas por caras brancos medianos, mas elas estão lá.
Neste post você vai conhecer mais dez nomes da década de 2010. A lista é encabeçada por Brittany Howard do Alabama Shakes, o nome mais famoso do momento e que levantou a figura da mulher negra que faz rock como mais ninguém. Além dela temos mais mulheres que mostram todo o seu talento fazendo Rock, Punk, Heavy Metal e muito mais.
Brittany Howard: a revelação do rock
Brittany Howard nasceu em 2 de outubro de 1988, na cidade de Athens no estado do Alabama. Filha de pai negro e mãe branca. Ela usou a música para lidar com o isolamento e a perda de sua irmã mais velha quando ela era criança e aos 13 anos já compunha algumas canções. No colegial conheceu Zac Cockrell, os dois se interessavam muito por música e juntos formaram a banda “Shakes”, com Steve Johnson na bateria e Heath Fogg na guitarra.
Depois de um tempo eles mudaram o nome do grupo para Alabama Shakes, porque já havia outra banda chamada “Shakes”. Antes de atingirem o sucesso Brittany trabalhou nos correios e o grupo fazia covers nos bares locais para ganhar uns trocados. Foi nessa época que ela escreveu um dos maiores sucessos do grupo, o hit “Hold On”, em que Brittany diz não acreditar que chegaria aos 22 anos.
E foi justamente essa canção que catapultou a banda para o sucesso. Em 2012 eles lançaram o seu primeiro álbum de estúdio chamado Boys&Girls e estouraram na mídia, com Brittany sendo comparada a Janis Joplin e Aretha Franklin e a banda abrindo shows para Jack White. Além de receberem três indicações ao Grammy Awards de 2013.
Em 2015 a banda lançou mais um trabalho: Sound and Colour e foram novamente bem sucedidos, recebendo cinco indicações ao Grammy, incluindo “Melhor álbum do Ano” e vencendo em quatro categorias: “Melhor Álbum Alternativo”, “Melhor engenharia de som de disco não-clássico”, “Melhor Música de Rock” e “Melhor Performance de Rock”.
Além do Alabama Shakes Brittany também é vocalista do ThunderBitch e Bermuda Triangle. Ela também já cantou com Paul Mcartney e é considerada a sensação do rock na atualidade.
Quando surgiu com o Alabama Shakes Brittany foi logo comparada à Janis Joplin, muitos diziam que ela havia reencarnado na cantora do Alabama, mas a verdade é que Britanny é herdeira direta de mulheres como Sister Rosetta Tharpe e Big Mama Thornton. Seja tocando a sua guitarra ou mandando bem no vocais poderosos, é necessário resgatar a história das mulheres negras que pavimentaram o caminho para que hoje Brittany Howard pudesse detonar com o Alabama Shakes e se tornar o ícone do rock que é.
A própria cantora já declarou que Sister Rosetta Tharpe é uma inspiração para ela: “(…) Acho que a voz dela tinha uma coisa especial, que ia além da guitarra. E também era uma mulher incrível, tinha muito estilo.” – no site noize.com.br
Recentemente o Alabama Shakes gravou a música Killer Diller Blues, que foi sucesso na voz de Memphis Minnie, com equipamentos dos anos 1920 e Brittany provou que herdou o talento das grandes mulheres negras da época.
Alabama Shakes – Hold On:
Alabama Shakes – Future People:
Alabama Shakes – Killer Diller Blues:
A carismática AJ Haynes do Seratones
O Seratones é a banda da carismática AJ Haynes e foi formada na Louisiana em 2013. AJ toca guitarra e canta, acompanhada por Connor Davis na guitarra, Adam Davis no baixo e Jesse Gabriel na bateria. O grupo lançou o seu primeiro álbum em 2016 chamado Get Gone e tem a voz de AJ Haynes como marca registrada.
AJ já foi comparada à Brittany Howard e o som do Seratones é constantemente relacionado à banda do Alabama. Muito da semelhança se dá pelas duas bandas serem lideradas por mulheres negras cheias de atitude e personalidade, que tocam guitarra e tem uma voz marcante. Mas AJ Haynes tem talento e personalidade de sobra para ir além das comparações.
Haynes começou a cantar na igreja com seis anos de idade e além de cantora também é professora. Os membros da banda se conheciam da cena punk da região e acabaram formando o Seratones fazendo uma mistura de ritmos que eles conheciam. Algumas das inspirações da cantora são: Iggy Pop, Blondie, Ella Fitzgerald e uma obsessão por Billie Holiday.
“(…) Eu sinto especialmente como uma mulher que todos tentam me dizer o que fazer. ‘Oh, você deveria ser mais isso, você deveria ser mais aquilo’. É por isso que estou ansiosa por estar nesta posição, porque é importante ser visível. Se você não é representado, se as pessoas não vêem outras pessoas como você, é preocupante porque este mundo é tão colorido e muito mais dinâmico e muito mais bonito do que essa besteira homogeneizada. As coisas são multifacetadas. Somos humanos e nossas experiências são moldadas por coisas diferentes.” – AJ Haynes para o inspirer.life
Seratones – Chandelier:
Seratones – Necromancer:
Toda a atitude da dupla Nova Twins
O duo Nova Twins foi formado em Londres por Amy Love nos vocais e guitarra e Georgia South no baixo e backing vocals. O som da dupla é muito focado no baixo de Georgia e juntas elas fazem um som pesado e cheio de atitude que mistura o DIY do Punk com o som urbano do Grime.
“Nós somos mulheres negras tocando música pesada.” – Amy Love no theguardian.com
A dupla tem apenas um EP homônimo lançado em 2016, que contém 5 faixas e está disponível no Spotify. Em 2017 elas lançaram o single “Thelma & Louise” e seguem fazendo shows por Londres.
As minas do Nova Twins citam como influências MC5, Missy Elliott e Skunk Anansie. Apesar do pouco tempo de estrada as duas são uma das revelações da última década e já tocaram em festivais como o AfroPunk em Londres. Mesmo tendo um visual e som característicos, cheio de atitude, Amy e Georgia não escapam de ser colocadas na caixinha em que limitam as mulheres negras na música e frequentemente são taxadas de cantoras de R&B. Mas as meninas não estão de brincadeira e sabem muito bem o que querem alcançar com o seu trabalho.
“As pessoas nos estereotipam… Nós somos ambas mestiças e tocamos guitarra, então de imediato nós recebemos um: ‘Oh, garotas vocês vão cantar R&B’ e é tipo, ‘Se liga, vá estudar mais!’.” – Georgia South no theguardian.com
Nova Twins – Bassline B*tch:
Nova Twins – Thelma and Louise:
Big Joanie: o power trio formado por mulheres negras
Big Joanie é uma banda punk feminista formada em 2013 por três mulheres negras na cidade de Londres no Reino Unido. As integrantes da banda são: Chardine nos vocais e bateria, Kiera no baixo e nos vocais e Steph na guitarra e vocais. O trio é influenciado por bandas como Nirvana, pelo movimento Riot Grrrl e TLC. A banda lançou o EP “Sistah Punk” (2014) e “Crooked Room 7” (2016).
O Big Joanie se descreve como uma forma de dar continuidade para o legado negro no punk, explorando o papel da mulher negra no estilo, servindo de referência para as gerações que vierem depois delas. Resumindo elas querem ser um exemplo de que o punk também pode ser negro e feminino. Vide Poly Styrene.
“Eu não acho que você pode ser uma mulher e não ser política. Eu não acho que você pode ser uma mulher negra e não ser política. Seu corpo é uma força política.” – Steph no gal-dem.com
Big Joanie – Dream Number Nine:
Big Joanie – No Scrubs:
Madame So e as guitarras dos anos 90
Solange Moffi ou simplesmente Madame So, nasceu em Paris e atualmente vive em Londres. Ela faz um som cheio de poesia e guitarras dos anos 1990. Ela já teve os seus vocais comparados à cantoras como Courtney Love do Hole, PJ Harvey e Patti Smith.
Madame So trabalhava como jornalista e também era compositora antes de apostar na carreira musical, mas em 2011 começou a se apresentar como cantora e seguiu tocando em cidades como Paris, Londres e Amsterdã.
Em 2013 ela lançou o seu primeiro EP “The Sell-by Date”. Em 2014 lançou o single If Only You Were Dead e em 2015 veio mais um EP com o single Black is Beautiful, canção que merece destaque.
Ela tem apenas algumas canções e pouco tempo de carreira, mas faz um som cheio de personalidade, que remete à algumas grandes vocalistas de rock, ao mesmo tempo em que carrega toda a personalidade da cantora. É como se você já tivesse ouvido Madame So antes, mas ainda assim ela soa como novidade.
Madame So – Black is Beautiful:
Madame So – If Only You Were Dead:
The Skins: a banda das irmãs Bay Li e Kaya Nico
O The Skins é formado pelas irmãs gêmeas Bay Li nos vocais e Kaya Nico também nos vocais e baixo. Além das irmãs, temos Reef Cole na bateria, Daisy Spencer na guitarra e Russ Chell na guitarra e sintetizador. As influências do grupo vão do blues a um rock mais vintage e o grupo mescla o rock com um visual mais Hip Hop.
A banda também foi destaque na revista Rolling Stone como um dos “10 Novos Artistas que você precisa conhecer”. O The Skins foi formado por colegas de classe no Brooklin em Nova York e já tem em EP lançado em 2016. Eles foram descobertos no Festival SXSW de 2013, quando receberam um convite para tocar para o produtor Rick Rubin e saíram de lá com um contrato assinado. A partir daí eles começaram a fazer mais shows e a trabalhar em músicas novas e esse ano já se apresentaram no festival AfroPunk.
Com o começo do sucesso a banda acabou se afastando um pouco do visual rock e acabou apostando em um estilo mais hip hop, novamente falamos dos estereótipos que cercam as mulheres negras que se arriscam a fazer outra coisa. A banda continua sendo boa, mas é interessante notar que para obter mais sucesso elas tiveram que adequar algumas coisas ao que é esperado de pessoas como elas. Se você ouvir os singles mais recentes vai perceber a mudança. Mas vale a pena conferir a banda das irmãs Bay Li e Kaya Nico.
The Skins – Killer:
The Skins – Surf:
Militia Vox: “Disgrace Your Stereotype”
Militia Vox é considerada uma deusa do metal e já trabalhou com nomes como Cyndi Lauper, Twisted Sister, Living Colour, Taylor Dayne e Nancy Sinatra, quando ainda era backing vocal. Atualmente ela lidera as bandas Judas Priestess e Swear On Your Life. Ela começou a se apresentar como artista solo em 2013 e Bait, o seu primeiro trabalho, solo foi lançado em 2014.
“Disgrace your Stereotype” é o lema de Militia e sua marca registrada. Ela se orgulha de ser uma mulher negra no metal e mesmo trabalhando também como atriz e apresentadora ela não deixa de lado a sua verdadeira paixão pelo heavy metal. Segundo Militia, alguns dos nomes que a influenciaram foram Rob Halford do Judas Priest, banda a qual ela homenageou com o Judas Priestess, Freddie Mercury, Ozzy Osbourne, Trent Reznor e Maynard James Keenan do Tool.
“Militia chama a sua música de “Femme Metale”, um elogio às mulheres perversas.” – No militiaismyname.com
Militia usa o seu lema e a sua atitude para encorajar outras pessoas a seguirem a sua vida pelo o que realmente importa, se livrando e estereótipos e rótulos que limitam. Ela mesma é uma mulher quebrando barreiras no Heavy Metal ao se apresentar com um visual e atitudes que não são esperados de uma mulher negra, principalmente em um gênero dominado por homens brancos, mas ela destrói tudo com os seus vocais poderosos.
Militia Vox – Nyctophilia:
Militia Vox – Vow:
Cammie Gilbert: a revelação do Oceans Of Slumber
Cammie Gilbert é uma das revelações da última década, à frente da banda de Metal Progressivo Oceans of Slumber a vocalista vem conquistando espaço na cena do Metal rock dominada por caras brancos e ainda muito hostil com mulheres negras. A banda foi formada em 2011 e lançou o seu álbum Winter em 2016, o primeiro trabalho com Cammie nos vocais.
Antes de entrar para o Oceans of Slumber, Cammie tocava em outra banda, que abriu um show para os caras, ela então recebeu um convite para fazer uma participação como backing vocals para a banda e acabou se tornando vocalista. Segundo os membros originais do OSS, a ideia inicial do grupo era ter uma vocalista feminina liderando a banda e Cammie se encaixou perfeitamente com o som deles.
“Eu nunca estive muito satisfeita com nada na música até agora. Eu cresci em uma região de igreja Batista onde havia muita música country e também muito rap, hip hop e R&B. Eu estava procurando por mais, aquele algo a mais na música, como existe com isso agora.” – Cammie Gilbert no invisibleoranges.com
Oceans Of Slumber – Suffer The Last Bridge:
Oceans Of Slumber – Winter:
Viveca Hawkins do The Memorials
O The Memorials é uma banda de hard rock formada por Viveca Hawkins nos vocais, Nick Brewer na guitarra e Thomas Pridgen na bateria. O grupo foi formado em 2009 e lançou o seu primeiro trabalho “The Memorials” em 2011, seguido pelo álbum “Delirium” em 2012. O som da banda é uma mistura de hard rock, soul e rock alternativo. Viveca domina os vocais do grupo, que faz um som potente.
Thomas Pridgen, havia acabado de sair do The Mars Volta quando resolveu criar um projeto próprio e para o isso chamou os seus amigos e colegas de faculdade Viveca e Nick para integrar o trabalho e juntos eles criaram o The Memorials.
A banda acabou se tornando uma mistura de experiências musicais de cada integrante e acabou resgatando o que costumava ser o bom e velho Rock’N Roll, despretensioso e ao mesmo tempo marcante e único.
The Memorials – Daydreamer:
The Memorials – Delirium:
The New Respects: a família do rock
O The New Respects é um quarteto de Nashville formado pelos irmãos Lexi Fitzgerald no baixo, Zandy Fitzgerald na guitarra, Darius Fitzgerald na bateria e a prima Jasmine Mullen nos vocais e guitarra (qualquer semelhança com o Kings of Leon é mera coincidência). O grupo lançou o seu primeiro EP “Here Comes Trouble” esse ano e já entrou na lista da revista Rolling Stone como um dos “10 Novos Artistas que você precisa conhecer”.
A banda nunca saiu de Nashville porque eles acreditavam que um dia eles seriam algo grande e persitiram no sonho. Em 2016 eles conseguiram assinar com uma grande gravadora e lançaram o seu primeiro single: “Hey”. Em 2017 veio o primeiro EP e uma série de shows.
A família veio de uma criação cristã e o primeiro contato dos quatro foi com a música gospel. Jasmine é filha de uma cantora gospel de sucesso e a família toda tem formação musical. Já do outro lado da família o trio de irmãos só podia ouvir musical gospel, já que o pai deles era pastor.
O The New Respects faz um rock que mistura soul e pop. Eu lembrei um pouco de Black Keys ouvindo o single “Trouble” e acho que tem alguma relação com o Kings of Leon também, mas o quarteto realmente consegue criar algo novo. Sem falar que o grupo é formado por três mulheres negras que tocam guitarra, baixo e cantam. Provavelmente essa é uma das grandes promessas de bandas que surgiram recentemente.
Elas se espelham muito em Brittany Howard, admiram o seu trabalho e o que ela tem feito com o Alabama Shakes, mostrando que uma mulher negra também pode ser uma estrela do rock.
“Eu sei que muitas pessoas quando nos vêem pensam algo como ‘Vocês vão fazer R&B ou algo gospel’. Então eles nos vêem sair no palco com guitarras e eles estão tipo: ‘O quê?’.” – Jasmine Mullen no npr.org
The New Respects – Trouble:
The New Respects – Money:
Estamos quase chegando no final do especial e no próximo post falaremos das mulheres negras guitarristas. Fique ligado!
Ouça a playlist especial Mulheres Negras no Rock:
Leia os outros posts do especial:
Mulheres Negras no Rock: Parte 1 – De Sister Rosetta Tharpe ao esquecimento
Mulheres Negras no Rock: Parte 2 – Tina Turner, Odetta e os anos 1960
Mulheres Negras no Rock: Parte 3 – Betty Davis e os anos 70
Mulheres Negras no Rock: Parte 4 – Poly Styrene e o punk rock
Mulheres Negras no Rock: Parte 5 – Grace Jones e as cantoras dos anos 80
Mulheres Negras no Rock: Parte 6 – De Lisa Fischer ao rock alternativo dos anos 90
Mulheres Negras no Rock: Parte 7 – Tamar-kali e a renovação nos anos 2000
Mulheres Negras no Rock: Parte 9 – Lady Bo e as guitarristas
Mulheres Negras no Rock: Parte 10 – Mahmundi e as brasileiras
Fontes:
http://noize.com.br/entrevista-exclusiva-brittany-howard-alabama-shakes-sound-and-color-2015/#1
https://www.theguardian.com/music/2016/sep/12/new-band-of-the-week-nova-twins
http://www.gal-dem.com/big-joanie/
http://www.allmusic.com/artist/madame-so-mn0003063197/biography
http://www.rollingstone.com/music/lists/10-new-artists-you-need-to-know-march-2017-w471328/the-new-respects-w471338
http://www.npr.org/sections/world-cafe/2017/02/07/513775378/world-cafe-nashville-the-new-respects
http://www.rollingstone.com/music/lists/10-new-artists-you-need-to-know-november-2016-w449519/the-skins-w449626
https://www.militiavox.com/
http://rockatnight.com/2015/10/chatting-with-metal-goddess-militia-vox/
http://www.invisibleoranges.com/a-style-all-her-own-the-undefinable-cammie-gilbert/
http://www.pretaenerd.com.br/2017/07/cammiegilbertgothicmetal.html?spref=fb